Purim e Cabalá
Purim e Cabalá
por: Thiago Chessed
O Baal Shem Tov, que foi o fundador do movimento chassídico e um mestre da Cabalá, ensinava que nos assuntos relacionados à Torá, o nome é fundamental. Segundo ele, ao decifrar o nome de uma pessoa, objeto ou evento, é possível desvendar a sua essência. Para ele, os nomes carregam significados ocultos e revelam aspectos mais profundos da realidade espiritual. Essa abordagem está alinhada com a crença cabalística de que as palavras têm um poder intrínseco para moldar a realidade e que os nomes carregam consigo uma carga espiritual significativa. Portanto, ao decifrar um nome, busca-se revelar não apenas sua forma externa, mas também sua essência espiritual e suas conexões metafísicas.
Essa compreensão cabalística dos nomes pode ser aplicada a muitos aspectos da vida cotidiana, bem como à interpretação de textos sagrados, eventos históricos e até mesmo à compreensão da natureza humana.
A ideia de que um nome é tudo, conforme ensinado pelo Baal Shem Tov, pode ser entendida pela Cabalá como uma referência à importância das energias e significados ocultos por trás das palavras e dos eventos. A interpretação cabalística muitas vezes se concentra em desvendar esses significados ocultos para alcançar uma compreensão mais profunda da realidade.
A festividade de Purim, com seu nome derivado da palavra persa "pur", que significa "tirar sortes", pode ser vista pela Cabalá como um reflexo das forças ocultas em ação no mundo. A ideia de que os judeus enfrentaram perigo e depois experimentaram uma libertação surpreendente pode ser interpretada em termos das forças opostas e das influências espirituais em jogo.
O nome Esther, ligado à ideia de "esconderijo" ou "encoberto", também ressoa com os temas cabalísticos de ocultação e revelação. Na Cabalá, a busca pela verdadeira essência por trás do véu da realidade é fundamental, e o nome Esther pode ser visto como um convite para buscar além do óbvio e do aparente.
A ausência do nome de D'us na Meguilá pode ser interpretada pela Cabalá como uma alusão à ocultação da presença Divina neste mundo físico. A Cabalá ensina que D'us está presente em todas as coisas, mesmo quando Sua presença não é óbvia. Portanto, a ausência aparente do nome de D'us na Meguilá pode ser vista como uma oportunidade para buscar a presença Divina nas entrelinhas e nos detalhes mais sutis da história.
A conexão entre Yom Kippur e Purim também pode ser explorada pela perspectiva cabalística, destacando a inter-relação entre esses dias sagrados e as oportunidades espirituais únicas que cada um oferece.
Em resumo, a visão cabalística desse texto sobre Purim enfatiza a importância de buscar os significados ocultos por trás dos eventos, reconhecendo as forças espirituais em jogo e buscando a presença Divina mesmo nas situações mais aparentemente mundanas.
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