"Avodah Zarah: Idolatria e Unicidade Divina no Judaísmo"

 "Avodah Zarah: Idolatria e Unicidade Divina no Judaísmo"

por: Thiago Chessed 

   Avodah Zarah é um termo em hebraico que se refere à idolatria ou adoração de ídolos, e também é o nome de um tratado no Talmude que discute as leis relacionadas a esse tema. No contexto judaico, Avodah Zarah aborda questões relacionadas à interação com práticas e objetos de adoração idolátrica. A proibição da Avodah Zarah é uma das principais leis do Judaísmo, e está relacionada à crença na unicidade de D'us. 

   Uma das passagens mais conhecidas da Torá que fala sobre a proibição da idolatria está no Livro do Êxodo, capítulo 20, versículos 3-5. Nessa passagem, comumente conhecida como os Dez Mandamentos, D'us ordena: "Não terás outros deuses além de Mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque Eu, o Eterno, o teu D'us, sou D'us zeloso que castiga os filhos pela maldade de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam" (Êxodo 20:3-5). Essa passagem enfatiza a proibição da adoração de ídolos e a exclusividade do relacionamento entre o povo judeu e D'us. 

   Na Cabalá, a idolatria é vista como a atribuição de poder divino a qualquer coisa ou entidade além de D'us. A idolatria é considerada uma distorção da verdadeira percepção espiritual, que reconhece D'us como a fonte única e suprema de todo o poder e existência. De acordo com a perspectiva da Cabalá, a idolatria não se limita apenas à adoração de ídolos físicos, mas também pode se manifestar na atribuição de poderes divinos a forças naturais, seres humanos ou qualquer outra criação.

   Na busca pela compreensão mais profunda da natureza divina e da realidade espiritual, a Cabalá enfatiza a importância de reconhecer e internalizar a unicidade absoluta de D'us. Portanto, a prática da Cabalá busca afastar qualquer forma de idolatria e direcionar completamente a consciência e o amor para D'us como fonte única e verdadeira de toda a existência.