Mitsvot pouco conhecidas: 13 mandamentos que merecem nosso olhar


 

Mitsvot pouco conhecidas: 13 mandamentos que merecem nosso olhar

Quando pensamos em mitsvot (mandamentos), geralmente lembramos do Shabat, Kashrut, Tefilin ou Tsedacá. Mas a Torá também nos apresenta mitsvot menos faladas, que revelam valores profundos e que podem transformar nossa vida.
Neste estudo, vamos conhecer 13 mitsvot pouco conhecidas, adaptadas à nossa visão sefardita bnei anussim, e refletir como aplicá-las hoje.


1. Cercar o telhado (Ma’akeh)

“Se edificares uma nova casa, farás parapeito ao teto, para não colocares sangue na tua casa, caindo alguém.” (Devarim 22:8)

Proteger vidas é um valor central da Torá. Hoje, isso significa cuidar da segurança em casa: janelas, escadas, fios elétricos, quintais.
👉 Nosso lar deve ser um espaço seguro, não só físico, mas também espiritual.


2. Evitar mistura de lã e linho (Shatnez)

A Torá proíbe vestir roupas feitas de lã e linho juntos (Vayikra 19:19).
👉 Nos ensina atenção aos detalhes da santidade até nas roupas que usamos.


3. Não arrancar árvores frutíferas

“Não destruirás as árvores que dão fruto...” (Devarim 20:19)

Valorizar a criação: cortar uma árvore frutífera saudável é proibido.
👉 No quintal, no sítio ou até em vasos, cada fruto é um presente de Hashem.


4. Não arrancar cabelos no luto

No luto, não devemos mutilar o corpo como expressão de desespero (Devarim 14:1).
👉 A Torá nos ensina a viver a dor com dignidade, sem perder o equilíbrio espiritual.


5. Afastar a mãe pássaro (Shiluach HaKanaf)

Antes de pegar os filhotes, é preciso afastar a mãe (Devarim 22:6-7).
👉 Uma lição de compaixão: até os animais merecem sensibilidade.


6. Ajudar até o “inimigo”

“Se vires o jumento do teu inimigo caído sob o peso, não passarás indiferente; ajudarás a levantá-lo.” (Êxodo 23:5)

Mesmo quem nos fez mal merece nossa ajuda quando está em necessidade.
👉 Uma mitsvá que quebra o ódio e planta a paz.


7. Não arar com duas espécies de animais

Misturar espécies diferentes para arar (como boi e jumento juntos) é proibido (Devarim 22:10).
👉 Espiritualmente, lembra que não devemos misturar práticas contraditórias — precisamos de coerência na fé.


8. Não amordaçar o animal que trabalha

Quando um animal debulha grãos, ele deve poder comer (Devarim 25:4).
👉 Ensina respeito ao trabalhador: quem serve deve ter sustento digno.


9. Eglá Arufá – a vaca decapitada

Quando alguém era encontrado morto e o assassino não identificado, a comunidade realizava o ritual de expiação (Devarim 21:1-9).
👉 Lições: a responsabilidade é coletiva, não podemos ser indiferentes à injustiça.


10. O rei e os cavalos

A Torá limita a quantidade de cavalos que o rei poderia ter (Devarim 17:16).
👉 Líderes não devem buscar poder pelo poder, mas servir com humildade.


11. O jumento primogênito (Petter Chamor)

O primogênito do jumento devia ser resgatado com um cordeiro (Êxodo 13:13).
👉 Nada é “sem santidade”: até aquilo que parece comum pode ser elevado.


12. Não remover as varas da Arca

As varas que carregavam a Arca nunca podiam ser retiradas (Êxodo 25:15).
👉 Representa a ideia de que a Torá deve estar sempre pronta para ser levada aonde formos.


13. A vaca vermelha (Pará Adumá)

Usada para a purificação ritual em tempos do Templo (Bamidbar 19).
👉 Hoje não podemos cumpri-la, mas ela nos lembra da esperança messiânica e da busca constante por pureza espiritual.


Reflexão final para os Bnei Anussim

Nossos antepassados muitas vezes não puderam praticar livremente nem as mitsvot mais básicas. Hoje, podemos até estudar aquelas menos conhecidas, e aprender delas valores de sensibilidade, justiça, cuidado com a vida e fé.

👉 Cada mitsvá, mesmo a que parece distante, é uma oportunidade de nos reconectar às nossas raízes sefarditas e florescer no presente.


✡️ Pergunta para reflexão:
Qual dessas mitsvot você nunca tinha ouvido falar? Como pode trazer o espírito dela para sua vida e sua casa hoje?

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